O mundo de Amílcar Cabral

Líder da luta pela independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, a figura de Amílcar Cabral é indissociável da história desses países, bem como da história de Portugal e da história global das revoluções então em curso no chamado Sul Global. A sua área de influência estendeu-se muito para lá das fronteiras das colónias portuguesas, seja através das múltiplas viagens do próprio Cabral, seja através da circulação mundial das suas ideias e palavras em livros, filmes, entrevistas e discursos difundidos pela imprensa, rádios e televisões de vários países, forjando solidariedades da China aos Estados Unidos da América, da Tanzânia à Checoslováquia.

Neste livro, pela mão de quem o estudou e de seus contemporâneos, o leitor é levado a percorrer a história e a atualidade de países tão diversos como Cuba, França, Suécia e Argélia, entre outros cuja trajetória se cruzou com a de Cabral. O livro é assim um importante contributo para compreendermos a queda do Império Português, mas também a viragem pós-colonial do mundo contemporâneo.

Análise de alguns tipos de resistência

Proferidas num seminário de formação de quadros do PAIGC em 1969, estas intervenções de Amílcar Cabral tornaram-se num dos seus textos mais difundidos e citados, sistematizando um entendimento da resistência política, económica, cultural e armada então em curso na Guiné-Bissau.

Esta edição inclui uma versão revista da tradução original do crioulo para o português e análises do conteúdo, contexto e ressonância actual do texto por Carlos Cardoso, Inês Galvão, José Neves, Raúl Mendes Fernandes e Rui Lopes.

Edição Revista e Comentada

Do operário ao artista. Uma etnografia em contexto industrial no Vale do Ave

A promoção de fábricas criativas constitui- se como um reflexo das estratégias usadas para enfrentar o desafio das recentes transformações produtivas vividas a ocidente. No norte do país, uma antiga fábrica têxtil fortemente enraizada na memória coletiva local experimentou estas mudanças, no âmbito do desenvolvimento das designadas indústrias criativas e das lógicas de patrimonialização, integradas em programas de financiamento europeu.

Partindo da recolha de histórias de vida laborais de antigos trabalhadores, bem como de designers e gestores ligados à segunda vida da fábrica, este livro propõe uma etnografia do processo de desindustrialização em Portugal.

2ª Edição

Uma nova história do novo cinema português

Este livro propõe uma reflexão sobre o cinema em Portugal durante o Estado Novo. Relaciona a oposição entre “velho cinema” e “novo cinema”, atendendo ao processo de internacionalização da cultura portuguesa e o seu impacto na circulação e apropriação artística e cultural. A introdução do conceito de “modo de produção” procura contribuir para uma revisão historiográfica deste tema, contrariando uma visão dominante que desconhece, desconfia ou ignora fontes históricas que são fundamentais para revelar as relações entre o poder político, a prática cultural e a indústria cinematográfica neste período.

2ª Edição

Libertar o futuro. Textos políticos

(1916-1926)

Uma curiosa ironia da história levou a que os textos que garantiram, a seu tempo, a reputação pública de Antonio Gramsci e que, por fim, contribuíram para a sua prisão, sejam hoje em dia menos conhecidos do que as obras redigidas na clausura da prisão. Os textos reunidos nesta antologia trazem o sabor da atualidade; a atualidade sendo aqui o tempo compreendido entre 1916 e 1926, em que se sucederam as tragédias e equívocos da Grande Guerra, as ilusões e reveses dos movimentos populares do pós-guerra e a emergência furiosa do fascismo nos anos 1920. Seja pela polémica, seja pela crítica, Antonio Gramsci acompanha todas estas vicissitudes da história italiana e europeia, comentando a Revolução Russa ou sistematizando as lições dos conselhos operários de Turim, debatendo com Mussolini ou verberando as anquilosadas estruturas sindicais da época.

2ª Edição

O anarquismo e a arte de governar. Portugal (1890-1930)

O anarquismo foi uma das culturas políticas mais activas na sociedade portuguesa das primeiras décadas do século XX. No seu projecto de ruptura radical com as instituições dominantes, gerou novos saberes e práticas e dialogou com os paradigmas científicos, administrativos e políticos que procuravam conhecer e governar a população. Este livro pretende contribuir para o conhecimento do anarquismo e da sua inserção na sociedade portuguesa. Para isso, foca-se nos saberes, discursos, práticas e técnicas que serviram a constituição de um sujeito anarquista na sua relação consigo e com a sociedade. No fundo, procura perceber que tipo de actor social o anarquismo procurou produzir para concretizar o seu projecto de transformação social e política, tornando possível a milhares de pessoas imaginar um mundo “sem deuses nem amos”, fundado na solidariedade, na liberdade individual e na igualdade social.

Edição revista.

[Re]encantar o mapa: fantasmas, imaginários, prefigurações

Reencantar o mapa significa questionar a razão cartográfica e desencadear uma outra imaginação através do poder evocativo, prefigurativo e estratégico do mapa como instrumento de produção de novas conexões afetivas, estéticas e políticas. Este trabalho coletivo apresenta um conjunto de reflexões e experiências radicais sobre o reencantamento cartográfico, através do olhar académico, ativista e artístico. Utilizando diferentes metodologias, abordagens e lugares, os capítulos demonstram as variadas potencialidades de representação e narrativa que o ato de mapear é capaz de produzir, seja através das coisas que registra e revela, seja do que silencia e não deixa ver, bem como das relações afetivas que consegue gerar. Os contributos e experiências navegam por diversos territórios físicos e etéreos, com especial prevalência das conexões entre Portugal e Brasil, sinalizando as ambivalências passadas e as perspectivas futuras das linhas traçadas entre esses países.

A Fora de Jogo

Estamos focados na publicação de livros que exploram um conjunto de processos sociais, históricos, políticos e culturais situados em diferentes geografias, temporalidades e escalas da realidade.

Interessa-nos, particularmente, a publicação de investigações nas áreas da história e das ciências sociais, mas igualmente de todos os géneros, da poesia ao romance, da fotografia à dramaturgia, que expandam este conhecimento e as perspetivas sobre o mesmo.